Archive for the ‘Art’ Category

Monkeys, Fire Hoses and Parks

bureaucrat.jpg

So, the monkeys, right? You get this one monkey and put it in a cage. In the middle of the cage you hang a large bunch of bananas and put a ladder right under it so that the monkey can get to the bananas. All the monkey has to do is climb up the stairs and get a banana.

Except that every time the monkey climbs on the ladder to get a banana, you douse the monkey and the entire cage with a fire hose. With really cold water. And you do it enough times that the monkey starts doing the mental math that banana = cold water from a fire hose.

Now, you put a second monkey in there. Of course, the new monkey will immediately reach for the banana, but the first monkey will beat the crap out of him at every try. Because the first monkey doesn’t want to be fire hosed with cold water. At this point you don’t have to fire hose the monkeys anymore as the first monkey will make sure no one reaches for the banana. After a few pummelings, the second monkey also stops reaching for the banana.

Then you put in a third monkey. Same thing happens, with both monkeys beating the crap out of the third monkey. The second monkey is especially enthusiastic about dishing out punishment to the newcomer, even though he doesn’t know why. The third monkey will give up too. No one has been fire hosed since the time when there was only a single monkey in the cage.

At this point, you have a majority of monkeys who have no idea why they shouldn’t go for the banana but who will not even try or let anyone else try either.

Why?

BECAUSE IT HAS ALWAYS BEEN DONE THAT WAY!

That’s why.

Case in point: You live in a nice neighborhood. You decide you want to improve your local park by putting some art in it. You get the park neighborhood together, you find an artist with civic spirit willing to work for free, you get it installed. It’s a temporary installation. The neighborhood loves it. You go to City Hall to turn it into a permanent installation. The neighborhood association wants it. The Arts Commission is for it. The Neighborhood Parks Council approves it. A bunch of people speak up, every single one in favor of it. There is a pile of letters of support. Not one person is against it. There is nearly unanimous support for the idea.

Except for the Parks & Rec Department. Their reason not to support a permanent art installation?

BECAUSE IT HAS ALWAYS BEEN DONE THAT WAY!

So, that’s what happened to Jenn’s art installation in Juri Commons in the Mission. The message: if you try to do anything to improve your local park or get the neighborhood involved in keeping it, Parks & Rec will be there to make sure you fail.

The hearing was Kafkian. I’ve seen bureaucrats like that before, but in Brazil. I didn’t know we had this variety of paper pusher up here, especially in a city that prides itself in being progressive and enlightened. The disdain with which they cast their votes was amazing. They didn’t even make the pretense of giving a damn. The General Manager of Parks & Rec even let a loud sigh of relief when the motion was not approved. It was that crude.

O Melhor da Mulher Pelada

show1.jpg

Semana passada aqui no galpão foi a exposição da Monica Lundy, irmã do meu amigo Zoli. Várias pinturas de nus, pintadas com espátula. Interessante a técnica. Tipo as gostosas do Caco Galhardo, mas em telas. Mas interessante mesmo foi reconhecer algumas, arrã, conhecidas, ali retratadas.


Mudanças

Depois de três anos construindo todo tipo de engenhoca, de lesmas gigantes de metal a chuveiros de fogo controlados por computador no Shipyard em Berkeley, chegou a hora de trocar de ares. No fim de semana passado, o Instituto Caboclo Pai Jaú de Tecnologia, Funilaria e Pintura, do qual eu sou fundador, presidente e único membro, mudou a sua sede para um container na Box Shop, em San Francisco. Fica a dez minutos da minha casa e o meu container fica do lado do atelier da Jenn. A Jenn está trabalhando em um novo projeto dela, o Bayview Art Patch , que vai revitalizar um espaço público com esculturas fabricadas com peças de automóveis na área mais pobre e violenta de San Francisco. E eu vou ajudar como operário padrão, na fabricação em metal. O casal que constrói coisas junto permanece junto, ou leva um ao outro à demência, um dos dois.  Veremos.

O meu primeiro projeto na Box Shop será construir o paddleboard com que eu vou cruzar os 58 km entre Molokai e O’ahu em julho do ano que vem. Depois tenho que terminar a minha série de stêncils para a minha primeira mostra individual em Fevereiro em San Francisco. E ainda tenho dez dias pela frente em alto-mar no meio disso tudo. É bom estar ocupado.

A Box Shop é também o lar das Flaming Lotus Girls, que acabaram de voltar do Robodock, um festival de arte industrial em Amsterdam. E agora estão a caminho da Austrália. E mais para frente, Coachella. Ocupadas estas meninas…

Pobrema de Rico

artistconnect.jpg

San Francisco tem um paradoxo. É uma cidade de inovação, tanto tecnológica quanto cultural. Mas toda essa inovação gera uma prosperidade que aumenta o custo de vida, o que torna muito difícil para os inovadores viverem aqui, justo eles que são os responsáveis pela prosperidade. New York tem um problema semelhante, aliás na New Yorker desta semana há um artigo sobre o assunto. Considerando que em New York 20% dos salários são pagos pelo setor cultural (teatros, cinemas, museus, galerias e auditórios), não é pouca coisa. Imagino que seja difícil para alguém no Brasil entender a lógica de se discutir um problema desses, quando não se consegue sequer tirar as crianças do sinal de trânsito em São Paulo, ou ter serviços públicos com um mínimo de qualidade. Enfim, é um problema de cidade rica.

Mas que melhor maneira de discutir isso do que através de arte? Então estamos fazendo uma exibição aqui no galpão onde eu moro.

Chicken John: Project Artist Connect

Artist Reception Thursday November 1st 7pm-9pm n/c

Opening Party Saturday November 3rd 9pm $10

Chez Poulet Gallery
3359 Cesar Chavez (@mission) SF CA

In accordance with Gavin Newsome’s programs Project Homeless Connect, Project Green Connect, Project Fuck My Best Friends Wife Connect, Chicken John has created Project Artist Connect, inviting 10 San Francisco artists to depict their city in a visual commentary addressing local issues and attributes. The exhibition features a range of work in subject and medium, including solemn pencil drawings, explosive statements in metal, and a real estate company selling modular housing solutions. Chicken John will be on hand to relate his platform to the San Francisco presented by the artists, and to discuss the dilemmas facing our city. An unnamed cast of characters will push political hot-buttons with impromptu performances and crooked fingers, truly exemplifying innovative art.
Saturday November 3rd in the din of local dissidence, Chicken John will candidly debate a Mayor Gavin Newsome puppet, cultivating a conversation we have all been waiting to hear.

Participating artists:
Benjamin Carpenter (Bender)
Muriel Buckner (Sunshine)
James McPhee
Nancy Kalef
Lee Harvey Roswell
Rebecca Meredith
Larnie Fox
Dr. Hal Robins
Michael Christian
Robin Frohardt
KROB
Dystopic Horizons Realty

Bryan aka FKO

Bryan, mais conhecido como FKO (se pronuncia Fucko, que quer dizer isso aí mesmo que você está pensando) é um dos maiores subversivos que eu conheço. Em 2004 nós fizemos juntos o Blacklight Ball, o fracasso de maior sucesso na história da vida noturna de San Francisco.
Fizemos um baile totalmente iluminado com luz negra, convidamos vários artistas que trouxeram esculturas, pinturas e graffitis pintados com tinta fluorescente, DJ’s, palhaços, bandas, todo mundo vestido com roupas e acessórios fluorescentes, uma esbórnia.

E entre cada atração, o Bryan subia no palco e me anunciava, tipo “e agora, Dr. Fiasco e o seu Show de Chamas Flamejantes!” Aí eu subia no palco, vestido com um terno de lamê prateado que faria o Clóvis Bornay se mijar de inveja e acendia um fósforo. Ou “e agora, o Show de Luzes do Dr. Fiasco!” e eu ia lá e ligava um daqueles trecos de laser que você usa em apresentações de powerpoint. Foi assim a noite inteira. Ninguém achou engraçado, além do Bryan e eu.

No fim, nós lotamos um dos maiores clubes de San Francisco e ainda assim conseguimos levar prejuízo.

Um ano depois, o Bryan foi o meu navegador quando eu atravessei o Lake Tahoe a nado e logo depois nós nos perdemos no deserto, tudo no mesmo fim de semana.

Assim é o Bryan, niilista de carteirinha (se é que niilistas são suficientemente organizados para ter carteirinhas), um artista que trabalha com uma variedade de materiais, do metal à parafina, um cara que aprontou todas e mais cinco na vida e vive azucrinando a chamada “contracultura” de San Francisco, porque se tem uma coisa que o Bryan sabe fazer é ser do contra. Uma espécie de Fitzcarraldo moderno, um cara que é bem sucedido através de fracassos retumbantes. Ou que fracassa rumo ao sucesso, o que no fundo é a mesma coisa.

E aqui está ele, numa entrevista com o seu estilo mirabolante, termodinâmico e estroboscópico, contando sobre a vez em que ele tocou fogo num Pollock. Quer dizer, mais ou menos. E vice-versa.

Coisas Batutas do Burning Man

Big Rig Jig foi uma instalação construída no galpão da American Steel em Oakland, o mesmo lugar em que Crude Awakening foi construída. Aliás, vários amigos meus trabalharam nos dois projetos, enquanto eu trabalhei no Mechabolic.

Dois caminhões-tanque contorcidos e soldados juntos. O interior dos caminhões foi inteiramente esvaziado e dentro foi colocada uma escada que passava por um jardim interno. Você ia subindo e passando por um orquidário, com irrigação interna e tudo. Uma tarde, voltando do trabalho no Mechabolic para o meu acampamento, fui surpreendido por uma tempestade de areia e fui me refugiar dentro dos caminhões.

Passei umas duas horas batendo papo com um casal na mesma situação, esperando a tempestade passar. Uma das minhas lembranças favoritas deste ano. Uma idéia simples, de execução complicadíssima e com resultados fantásticos. Sei lá, tem alguma coisa assim, brincalhona, mezzo Duchamp mezzo Calder nessa peça. A minha segunda peça favorita desse ano, depois da Steam Punk Tree House (a seguir)

Fogo, Fogo!

Mais duas fotos do cogumelo de fogo gigante do Crude Awakening. Cortesia de Liquor Pig.

Finalmente achei o cartão da câmera, daqui a pouco mais fotos de coisas supimpas do Burning Man. Djá djá.

fireball.jpg

Eu sou você amanhã

Karen Cusolito ralando no deserto terminando a sua escultura Passage no ano passado. Amanhã é a minha vez… Terminamos o que deu para terminar, embarcamos o Mechabolic em containers e o primeiro caminhão parte para o deserto daqui a pouco. O Chicken et caterva também. Eu vou amanhã. Não vai ser nada divertido trabalhar com metal com o calor, a poeira e o vento, mas o artista tem que suar pela sua arte… Porca la miseria.

Meu segundo emprego

Hoje tive uma boa notícia. Uma galeria de San Francisco topou fazer uma exposição individual minha em Fevereiro. Vou ter que fazer 15 peças até fevereiro. Como eu me conheço, provavelmente vou começar a fazer as peças uns cinco dias antes. Já tenho vários estudos e vou fazer em Alumínio. Tive que escolher um nome para a exibição para fazerem um catálogo. Resolvi chamar de “Just some crap I put together at the last minute”.

Esse stencil se chama Spock is Hazardous e foi feito em aço doce gauge 18. Os cortes maiores foram feitos no CNC e o detalhe à mão com tocha de plasma. Mas de agora em diante vou trabalhar com alumínio, que é mais rígido e permite cortes mais exatos.

A primeira peça que eu mostrei foi no ano passado para um show chamado How to Destroy the Universe. O chamariz do show era que todas as peças eram suspensas no ar a cinco metros de altura. Fiz um surfista em tamanho natural que eu soldei com tubos que eu achei num ferro velho. Montei o surfista em cima de uma prancha velha minha e pendurei a coisa. O problema foi que uma das soldas não aguentou o peso e o troço todo caiu, se espatifando todo e quase matando um cara que estava embaixo. Felizmente ele se esquivou no último segundo e foram só uns arranhões. Depois disso resolvi aprender a soldar direito. Com stencils, pelo menos ninguém corre risco de vida…

Outra coisa legal foi que o Blixa Bargeld, ex-Einztürzende Neubaten, ex-Bad Seeds, veio tocar no show. Mas eu estava tão puto com a “morte” do meu surfista que nem vi…

As pequenas indignidades do dia-a-dia

kikocnc.jpg

Cortador CNC a plasma 28 x Kiko 0

Amanhã tem revanche.